A capacidade dos produtos adicionarem valor simbólico ao seu valor funcional, designamos por branding. E no atual mundo concorrencial produzir produtos com significados deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade estratégica.
![Fabricar produtos ou criar significados? Branding e Gestão de Marcas](https://static.wixstatic.com/media/c80744_2c819cbd27fc4a47ab6a31fbc5949d66~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/c80744_2c819cbd27fc4a47ab6a31fbc5949d66~mv2.jpg)
Fabricar produtos, ou produzir significados?
Desde o início do segundo milénio, que as estratégias de marketing da maioria das empresas procuram responder a um objetivo: deixar de ser apenas um produtor ou fornecedor de serviços, e tornar-se um fabricante de significados.
Porém, construir uma marca com significado não é um processo simples. Desde logo é necessário constatar uma realidade difícil de aceitar por grande parte das organizações: a sua marca deixou de lhes pertencer. Pertence hoje ao consumidor. Porque de facto, ao reconhecer que a marca é uma fonte de significados, também temos que reconhecer por inerência que essa valorização só existe quando o consumidor o reconhece, e não apenas quando a empresa o comunica. E é por esse motivo, cada vez mais consensual salientar que os produtos são feitos nas fábricas, mas marcas são feitas na cabeça do consumidor.
![A marca só existe quando tem um significado criado na mente dos consumidores](https://static.wixstatic.com/media/c80744_70d1aecde25c4438b63eaf512b2b21bd~mv2.png/v1/fill/w_808,h_294,al_c,q_85,enc_auto/c80744_70d1aecde25c4438b63eaf512b2b21bd~mv2.png)
Para que este processo de criação compartilhada seja gerido com sucesso, é importante que os marketeers e gestores de marca, incluam duas importantes perspectivas nas suas estratégias de branding: por um lado, identificar as vantagens comerciais e financeiras da marca para a empresa; e por outro lado, identificar os principais benefícios funcionais e psicológicos que a marca representa para os consumidores.
Com efeito, ao articular a perspetiva da organização com a perspetiva do consumidor, o gestor de marca consegue conjugar a razão com a emoção, e articular a estratégia com o design. E é isto que faz da Marca o ativo mais estratégico de qualquer organização. Quanto maior for o valor do significado criado, maior será o poder de diferenciação e atração da marca no mercado.
O caso Moleskine: um bloco de escrita, ou inspiração?
Quando o consumidor compra um bloco Moleskine, não está a sair da loja apenas com o bloco-de-capa-preta-e-elástico mais conhecido no Mundo. Está a transportar consigo o mesmo produto em que Ernest Hemingway escreveu clássicos como o Velho e o Mar. Ou o mesmo bloco onde Picasso começou por rabiscar alguns dos seus quadros mais conhecidos.
Esta significação permitiu à marca Italiana elevar-se do território funcional de artigos de papelaria e tornar-se num símbolo de estatuto e diferenciação, e com isso tornar-se uma marca de estilo e expressão de moda. Existem blocos que servem para escrever. A Moleskine é um bloco que serve para se inspirar. É este o poder do Branding: a capacidade dos produtos adicionarem valor simbólico ao seu valor funcional.
![Moleskine: o poder de uma Marca com significado emocional](https://static.wixstatic.com/media/c80744_8fbf3c0e047342b5afeb7a42f7bb3794~mv2.png/v1/fill/w_945,h_945,al_c,q_90,enc_auto/c80744_8fbf3c0e047342b5afeb7a42f7bb3794~mv2.png)